Nossa história desde a criação do Mundo Sem Muros começou sem muitos planos, sem muito roteiro, sem muita expectativa. Duas gurias que tinham um desejo em comum: explorar o mundo, encarar o desconhecido e compartilhar com as pessoas as aventuras que a estrada proporcionaria. Nós queríamos voar alto, e assim foi.
Em 2017 juntamos tudo que tínhamos, vendemos algumas roupas, eletrônicos e pertences que já não usávamos mais. Saímos do Brasil com 4 mil reais cada. Com cerca de 3 meses de planejamento básico, nos atiramos no mundo sem paraquedas, e sem saber onde seria o chão – e se haveria o chão ou um trampolim.
Nossa certeza era se nos machucaríamos, pelo menos teríamos aproveitado a queda livre e nos sentido vivas nesse percurso. Trocando algumas horas de trabalho por hospedagens e alimentações e até mesmo catando latinhas e garrafas para vender, permanecemos 1 ano e 2 meses viajando por cerca de 10 países, sem pressa de voltar para o Brasil.
Sempre enfatizamos muito que a viagem nos ensinou em 1 ano, o que nem em 5 anos aprenderíamos em uma rotina normal. Experiências incríveis, novas culturas, amadurecimentos, minimalismo, força de vontade, confiança, empatia, saber lidar com perrengues... muitos vivências. É claro que tivemos muitos erros nesse período.
Poderíamos seguir essa publicação falando sobre muitas razões para viajar, mas ao invés disso, preferimos ajudar vocês a terem essa mesma experiência, mostrando nossos próprios erros, para ninguém cometê-los. Um desses erros, foi logo de na preparação ao sair do Brasil e já iremos contar para vocês, pois foi algo que foi nos incomodando demais.
Como nossa viagem era sem data de retorno e sem roteiro pré definido, acabamos levando muita bagagem de início. Não sabíamos se iríamos passar por neve ou por calor (e realmente percorremos os extremos), e então enchemos duas malas de 20kg e mais duas mochilas grandes para viajar. Era quase impossível o deslocamento: percebemos logo na primeira semana. O peso, a dor, a quantidade de coisa que acabamos não usando e mais -a qualidade ruim das mochilas e malas-. Percebemos que levar peso em material ruim, é para acabar qualquer físico, ainda mais utilizando modelos de viagem de baixo custo, como longas caminhadas e deslocamentos, além de hospedagens muitas vezes improvisadas.
Aconteceu o mais óbvio. Já nos primeiros destinos, fomos deixando para trás muitas e muitas roupas, além de outras coisas que se tornam inúteis em uma viagem, mas por ‘’precaução’’, a gente acaba levando!
A cada destino, era um desapego, ou vários. A coluna já sentia a dor da mochila barata, as roupas rasgavam fácil e ficavam feias e as malas grandes iam rasgando também. Com isso, fomos doando muitas de nossas coisas pelo caminho e se desfazendo de outras. Sabem então qual foi um dos nossos maiores erros? Não investir em bons equipamentos e vestuário antes de viajar. Tanto de mochila, acessórios realmente úteis e roupas duráveis e tecnológicas para nos proteger.
Se pudéssemos voltar no tempo, com certeza seríamos minimalistas desde o início, dando prioridade a qualidade do que estava conosco, não a quantidade. Apesar de ter sido uma longa viagem de muitíssimos baixo custo, investir nisso iria nos poupar muitas dores de cabeça, proporcionando mais qualidade de vida na viagem.
Texto por @mundosemmuros
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